O que é a farinha de cromite?
A farinha de cromite é um pó fino obtido pela moagem de areia de cromite (que por sua vez é feita a partir do mineral cromite, ou cromite de ferro). As suas propriedades são derivadas do material de origem:
Refratariedade muito elevada (ponto de fusão >1900°C)
Alta condutividade térmica
Inércia química (resiste à reação com metal fundido, especialmente aço)
pH neutro
Estas propriedades tornam-no inestimável em diversas aplicações industriais, sendo a sua principal utilização em fundições.
PROPRIEDADES FÍSICAS ( TÍPICAS A L) | COMPOSIÇÃO QUÍMICA MÉDIA (TÍPICA) | ||
PH | 7-9 | Cr2O3 | ≥46,0% |
Cor | Preto | SiO 2 | ≤1,0% |
Quantidade de ácido | ≤2m | Fe2O3 | ≤26,5% |
Solo% | ≤0,1 | Alto | ≤0,30% |
Densidade aparente | 2,5-3,0g/ cm3 | MgO | ≤10,0% |
Gravidade Específica | 4,0-4,8g/cm3 | Al2O3 | ≤15,5% |
Humidade | ≤0,1% | P | ≤0,003% |
Temperatura sinterizada | ≥1800℃ | S | ≤0,003% |
Ácido Livre | 0 | Cr/Fe | 1,55:1 |
Densidade de enchimento | 2,6g/cm3 | ||
Temperatura de fusão | ≥2180℃ |
Tamanho | Peneira | Aprovação% (GARANTIA) | Aprovado% (resultado do teste) |
325# | 325# (45um) | ≥95% | ≥98,5% |
Aplicação principal: Revestimentos de fundição (fundição de metais)
Este é o uso mais significativo e comum da farinha de cromite. É utilizada como agregado refractário em revestimentos (ou tintas) aplicados em moldes e núcleos de areia.
Por que razão é utilizado em revestimentos:
Impede a penetração e a queima do metal: As partículas finas criam uma barreira extremamente densa e impermeável entre o metal fundido (especialmente o aço) e o molde de areia. Isto impede que o metal penetre nas aberturas de areia, um defeito conhecido como “penetração de metal” ou “queima”, que dificulta a limpeza das peças fundidas.
Excelente acabamento superficial: ao criar uma barreira lisa e refratária, garante-se que a fundição final tem um acabamento superficial muito liso, reduzindo a limpeza e a maquinação pós-fundição, que são dispendiosas e demoradas.
Inércia química: ao contrário da areia de sílica, a farinha de cromite não reage com os óxidos do aço fundido, prevenindo um defeito grave na fundição denominado “queima química da areia” ou “esmalte de silicato”, que pode danificar a superfície da fundição.
Alta refratariedade: é ideal para a fundição de ligas de alta temperatura, como aço, aço manganês e aços de alta liga, onde outros materiais de revestimento podem deteriorar-se.
Modo de utilização: A farinha é misturada com um veículo líquido (água ou álcool), um aglutinante (como bentonite, resina) e outros agentes de suspensão para criar uma pasta. Esta pasta é então pulverizada ou pincelada na superfície de moldes e núcleos de areia antes da fundição.
Outras aplicações importantes
Além de ser o ingrediente principal dos revestimentos de fundição, a farinha de cromite tem outras utilizações importantes:
1. Aditivo na areia de moldação:
Pode ser adicionado em pequenas percentagens (2-5%) a misturas de areia de sílica utilizadas com ligantes de furano ou uretano fenólico.
Objectivo: Esta adição ajuda a controlar defeitos de dilatação (como veios e “rabo de rato”) em peças fundidas de ferro e aço, melhorando as propriedades térmicas gerais do molde.
2. Matéria-prima para tijolos refractários:
A farinha de cromite é um ingrediente essencial no fabrico de tijolos refratários básicos (por exemplo, tijolos de cromite, tijolos de cromite-magnésia).
Finalidade: Estes tijolos revestem fornos industriais, como fornos de cimento e panelas utilizadas na produção de aço, onde a sua elevada refratariedade e resistência a escórias corrosivas são essenciais.
3. Cerâmica de alta temperatura:
Embora seja uma aplicação mais específica, as suas propriedades tornam-no adequado para determinadas composições cerâmicas especializadas que requerem estabilidade térmica e inércia.